Esquerda - Conteúdo.

Palestra de Marco Antonio de Queiroz - MAQ, do site "Bengala Legal".

Encontro Internacional de Tecnologia e Inovação para Pessoas com Deficiência.
Mesa Redonda: Acessibilidade Web e Governo Eletrônico 09/12/2009.

SR. MARCO ANTONIO de QUEIROZ:

Boa tarde a todos. É um imenso prazer estar aqui nessa mesa com o Ricardo Kobashi, responsável pelas páginas do estado de São Paulo nos moderando, com uma pessoa que, como o Vagner Diniz, nos apresenta uma visão tão clara e interessante, como representante do W3C, principal instituição internacional preocupada com acessibilidade web e Tânia Andrade, nos mostrando uma iniciativa de acessibilidade do governo de São Paulo, como o Poupatempo, que leva em consideração a cidadania da pessoa com deficiência, coisa que, não há muito tempo, seria impensável para nós.

Histórico: do Braille aos computadores.

Eu fiquei cego em 1978, naquela época nem se pensava em internet. Eu não tinha ideia, a sociedade brasileira também não tinha ideia, em 78, o que seria a futura internet.

De repente, apareceu o computador. Trabalhei com computadores desde 1981, no serviço federal de processamento de dados - SERPRO e fazia programas de sistemas para pessoa física, pessoa jurídica. Então, eu era um técnico em linguagens de computadores de grande porte.

E aí apareceu o microcomputador e com o microcomputador surgiu uma coisa importantíssima para pessoas com deficiência visual, especificamente, que foi mais um sistema de escrita e leitura além do braile. Por quê? Porque escrever, para o cego, é relativamente fácil, é só aprender as letras. Eu posso aprender a desenhar um M, posso aprender a desenhar um A. Eu aprendo a desenhar um R, um C, e um O e faço o meu nome. E posso chegar numa máquina e digitar, as letras estão sempre no mesmo lugar e existe uma marca internacional, um conceito internacional de datilografia que nas letras F e G do teclado de qualquer computador e, antigamente, de qualquer máquina de datilografia, tem um relevo e a gente pode colocar o dedo naquele relevo que dali a gente tem o domínio de todo o teclado. Se estou com uma letra F, coloco o dedo para cima é letra R, para baixo chego na V e eu vou... distribuindo...


(toca o celular do palestrante) esqueci de desligar o celular, desculpem-me. Bem. Então. Podia até mostrar depois o telefone acessível para vocês.

Mas, eu esqueci, antes de mais nada, trazer uma acessibilidade aqui. Eu sei que têm pessoas com deficiência visual na plateia, então, eu vou falar um pouco fora do microfone para as pessoas com deficiência visual. Nós, em geral, ficamos olhando para as caixas de som, por falta de noção de onde os palestrantes estão. Os palestrantes sempre estão vindo das caixas de som. (o palestrante retira o fone de sua frente e fala um pouco mais alto). É só para ter uma orientação de onde nós estamos. Aqui onde está a mesa, na minha esquerda está o Wagner, a Tânia à direita, do Poupatempo e mais à direita ainda está o Ricardo Kobashi, moderador. Obrigado. (o palestrante volta a falar no microfone).


Bem, então, estava dizendo que o computador foi uma transformação tecnológica imensa na vida de pessoas cegas porque é no computador, com um leitor de tela, que a gente pode ler e escrever, a mesma coisa que faz com o Braille. Agora, com uma diferença imensa, porque o Braille a gente tem que ler letra por letra para juntar uma palavra, enfim, a gente tem que se alfabetizar. Com um leitor de tela não. Ele lê um texto, a pessoa não precisa ser alfabetizada para escutar aquele texto. Nesse sentido, o leitor de tela veio trazer acessibilidade não só para pessoas cegas, como para qualquer pessoa que não saiba ou consiga ler. O braile ainda continua sendo muito importante, mas, o computador, trouxe para qualquer pessoa cega, através de telecentros, através de seu próprio computador pessoal, mais uma forma de escrita e leitura. Mas não chegamos na internet, isso serve já para um micro, mesmo sem internet.

Do Braille ao micro, do micro à internet.

Daí para a internet a história revolucionou mais ainda, porque nós tínhamos que pedir às pessoas para lerem jornal para nós. Hoje em dia nós podemos pegar o nosso leitor de tela, através de uma navegação via teclado, podemos simular a maioria das funções que as pessoas podem fazer com o mouse. E com o mouse nós podemos fazer muito pouca coisa, porque não temos como mirar. Se nós não temos como mirar, as teclas de atalho de navegação é aquela ferramenta que pode substituir essa mira para nós.

Então, o computador passou a ser uma ferramenta fantástica para a pessoa cega por quê? Porque podemos ter informação, entretenimento, podemos ter cultura. O mundo se abriu para a pessoa cega através da internet, como o sistema Braille para a leitura e escrita no final do século 19. Os microcomputadores trouxeram mais um sistema de escrita e leitura e a internet um sistema de informação incrível, bastante mais amplificado, com acesso para pessoas cegas e todas as pessoas, para o mundo inteiro, pessoas com ou sem deficiência, com a diferença de existir a possibilidade de um acesso universal, incluindo aí a todos nós.

Acessibilidade para todos: acessibilidade universal?

Mas, então, certo dia, conforme vocês viram no vídeo (ver na página anterior, ou na coluna vertical à direita), eu resolvi fazer um site e, coincidentemente, entrei numa lista de pessoas com outras deficiências e percebi que não era só a minha deficiência que precisava de acessibilidade na Web. Eu conheci pessoas surdas, conheci pessoas com pouca destreza manual que também não conseguiam usar o mouse apesar de enxergar, conheci uma série de pessoas que chegavam no meu site e diziam: "Olha, aquilo ali não está bom para mim. Você pode mudar?". Então, comecei a fazer uma acessibilidade mais ampla, não só para mim e pessoas cegas.

Eu, o W3C e outros.

Eu, a princípio, achava que eu era o craque da acessibilidade, não tinha ninguém melhor do que eu. Eu era só o máximo da acessibilidade. Ao mesmo tempo eu sabia que eu sabia muito pouco ainda. Então, descobri o W3C.

Eu me sentia muito sozinho. Eu fazia acessibilidade e todo mundo perguntava sobre acessibilidade para mim, porque eu explicitava no meu site "Bengala Legal", de fevereiro de 2000, que meu site tinha acessibilidade para cegos e pessoas com outras deficiências. Todo mundo começou a me perguntar sobre a tal da acessibilidade. Apesar de eu trabalhar o dia inteiro no SERPRO, Como a turma achava que o cego não tinha outra coisa para fazer, eu tinha que ver a acessibilidade de somente todos os sites brasileiros e quem queria fazer acessibilidade era só escrever para mim: "Você quer ver se o meu site está acessível?". O último e-mail que eu recebi foi muito engraçado, o cara pegou 21 universidades federais do Brasil listadas e escreveu assim: Olha, eu estou fazendo um trabalho de TCC e estou precisando saber se esses sites aqui são acessíveis, dá para você dar uma olhadinha para mim? Eram só 21 sites...

Acessibilidade web é para pessoas cegas? Decreto 5296.

Agora explicar o que é acessibilidade web. A gente criou uma cultura no Brasil de que acessibilidade web é para pessoas cegas;. Isso não é correto. Acontece que como a acessibilidade web para pessoas com deficiência visual total, de forma geral, é a mais conhecida, óbvia e que abrange a navegação via teclado e, sendo a navegação via teclado parte da acessibilidade que se pode fazer, criou-se a cultura de que fazendo uma acessibilidade para pessoas cegas já estaríamos realizando tudo com a máxima acessibilidade possível, que estaria tudo acessível.

Essa cultura de que a acessibilidade web é para pessoas cegas se espalhou de tal forma, que o governo brasileiro acabou, através do decreto 5296, regulamentador da lei de acessibilidade 10098, em decretar que a acessibilidade teria que ser feita para portais do governo e para pessoas com deficiência visual. E, em geral, os gestores do governo, especialmente de sites de informação, associavam pessoas com deficiência visual somente a pessoas cegas.

Isso sempre foi um problema. Nunca juntavam o fato de que pessoas de baixa visão que precisam de um alto contraste de cores nos sites, que precisam de fontes, letras ampliadas, que um daltônico, ele pode não estar enxergando com tanto conforto quanto você. Uma pessoa geralmente olha para o site e diz assim: "Bem, esse site eu estou enxergando direitinho". Mas um daltônico pode não estar enxergando bem E existem vários softwares avaliadores que ajudam a perceber isso.

Existem, inclusive nos itens do WCAG, através tanto do WCAG 1.0, quanto no 2.0, orientação quanto a isso. O representante do W3C está aqui ao meu lado. Esses itens de acessibilidade, entre eles, têm inúmeros itens para pessoas com baixa visão, inúmeros itens para pessoas com deficiência visual total, inúmeros itens para pessoas surdas. Porque um texto alternativo que se faz para pessoas que não estão enxergando uma imagem, se faz também para pessoas que não estão escutando um som. Elas podem ver aquele texto, mas não pode ouvir o que está sendo falado em um vídeo, por exemplo.

Assim, a acessibilidade Web é uma coisa muito mais ampla do que a gente possa imaginar, não é só para pessoas cegas. A acessibilidade Web pegou uma camada de pessoas que estão nesse momento em frente a muitos sites sem poder entendê-los, navegar por eles e utilizá-los. Toda incapacidade tem uma solução a espera de ser descoberta. A acessibilidade já está aí olhando para todos e esperando ser aplicada.

Revolução e Padrões do W3C.

Se a web alterou a vida das pessoas em geral, ela vem revolucionar a informação para pessoas com deficiência muito mais. O Braille é importantíssimo, a Web é o agora. Na Web, você tem uma notícia de um minuto atrás e aparece na Web e eu posso acessar essa notícia sendo uma pessoa com deficiência ou não. A web é universal.

Há muito tempo que não falo tão pessoalmente da minha relação com a Web. Em geral eu falo é... um discurso muito mais amplo e genérico. Por quê? Hoje estou falando mais pessoalmente porque o W3 C está aqui ao meu lado. O que eu estudei, eu comecei a estudar o documento do WCAG em 2001, que são esses itens de acessibilidade web. Quando vocês, leigos ou desenvolvedores de sites, perguntam: "Como é que eu faço a acessibilidade na Web?" A recomendação, a princípio, é uma só. É você estudar os itens internacionais de acessibilidade e suas respectivas técnicas. Primeiro eram 65, 65 itens do WCAG 1.0. Agora veio o 2.0 que estou estudando, mas, são muitos itens e suas respectivas técnicas que, agora, só de HTML são noventa e poucas técnicas. E elas vêm agora separadas, é uma coisa interessante. Tem umas coisas que eu gostei, outras que não.

[risos] (o palestrante vira-se em direção ao Sr. Vagner Diniz, que responde).

SR. VAGNER DINIZ: estamos aí para conversar e aprender juntos.

SR. MARCO ANTONIO DE QUEIROZ:

Mas, é a referência que qualquer desenvolvedor que queira desenvolver uma página de qualidade, independente de ser com acessibilidade ou não, são os padrões web do W3C. Se quisermos acrescentar nessa página de qualidade acessibilidade, devemos nos basear nos padrões de acessibilidade do WAI, o WCAG.

Coisas simples, nem sempre simples para todos.

Então, é o seguinte, quando eu falo da grande dimensão que é a acessibilidade na Web, eu gostaria que vocês imaginassem coisas que são na maioria das vezes simples, são simples para quem está dentro dos padrões iguais aos da maioria dos desenvolvedores web.

Por exemplo, uma tabela de dados. Uma tabela de dados, como um calendário do mês. Então, você chega lá na horizontal, nos cabeçalhos, tem de janeiro a dezembro. E, depois, na vertical, à esquerda, você tem de um a trinta e um. Tem os dias da semana que seriam os dados daquela agenda. Se você quer ver que dia da semana que cai dia 15 de junho, seria exatamente o meio dessa tabela, ou mais aproximado possível, 15 de junho, que é o mês 6 de 12. As pessoas, geralmente, fazem o quê? Seguem na horizontal até junho e vão descendo com a vista até 15, né? Vêm lá que dia da semana que dá, vamos supor que seja quinta-feira. Eu não sei... Então, vocês fazem uma coordenada visual para chegar aquele dado.

Na Web, como é que uma pessoa cega faria isso? Ela vai ler linha por linha até o dia 15, célula por célula até chegar o mês de junho. Só que do dia 15 de janeiro, onde estaria o cursor no início da linha, até
o dia 15 de junho, o número do dia, 15, não seria falado por falta de acessibilidade, mas já saberíamos que estamos nele. Nem o mês, que teríamos de contar mais 5 setas à direita, pois a primeira pressão na seta da direita já seria fevereiro. Qualquer distração por parte da pessoa e podería-se errar o mês e pegar o conteúdo do mês anterior ou posterior, quem sabe?

Você fazendo acessibilidade é a mesma coisa. Só que eu posso teclar com um conjunto de teclas especiais para se navegar em tabelas, Até julho e ir descendo. E aí, o que é que acontece numa tabela acessível? Ela iria falando 1 de julho, conteúdo, 2 de julho conteúdo, 3 de julho conteúdo, 4 de julho conteúdo, até 15 e ele falaria 15 de julho e o conteúdo da célula, que escolhemos ser quinta-feira. Isso, para nós, é fantástico, porque passou a existir tabela com uma leitura de modo funcional.

Eu estou falando de uma tabela fácil, simples, uma que era um calendário. Vocês imaginem entrarem no IBGE. O IBGE para um cego é uma tristeza. Por quê? Porque tem tabela? Não, porque não são acessíveis.

Se fossem acessíveis seria só chegar no cabeçalho horizontal que a gente queria saber e juntar com o cabeçalho vertical na altura que a gente quisesse e... e dar uma determinada pressão na tecla que vai falar o conteúdo daquela célula. Seria facílimo, né? É só fazer acessibilidade.

Para vocês perceberem estou dando exemplos práticos, que para a maioria das pessoas não aparecem como barreiras.

Outro exemplo prático e que para qualquer pessoa é a coisa mais fácil do mundo, é preencher um formulário. Preencher um formulário é a coisa mais fácil que existe, desde que você saiba que conteúdo que você tem que preencher ali. Muitas vezes, pessoas com deficiência visual chegam naquele conteúdo e não sabem o que é que tem que preencher. Simplesmente porque aquele, aquela... aquela edição ali onde ele tem para escrever não está rotulada, não tem nome, e-mail, comentário, não tem nada escrito. Na verdade tem escrito, só que não está escrito com acessibilidade, porque existem formas corretas para se fazer aquilo. Então formulário, tabelas, uma imagem. Uma imagem vocês viram ali, uma imagem eu posso passar por ali e ela me dizer, banner 1, 2, 3, 4, que beleza! O que é isso? Não sei o que é isso. Agora, através de um atributo facílimo de implementar, é o atributo ALT, eu posso colocar ali, ali está escrito "quem somos", eu passo por ali e escuto "quem somos", e posso entrar naquele link sabendo onde eu vou entrar. Isso é acessibilidade.

Estou dando exemplos bobos para pessoas com deficiência visual. A Web não é só para pessoas com deficiência visual. Então, saltos... eu, por exemplo, conforme a Leda mostrou ali. Eu apenas com um link de saltos de outros links posso chegar direto ao conteúdo que eu quero, isso é otimizar, facilitar a navegação para pessoas que não têm destreza para utilizar um mouse e usam o teclado da mesma forma que as pessoas cegas. Com esse simples recurso algumas pessoas com paralisia cerebral ou tetraplegia terão muito mais conforto para navegar na web. Algumas vezes esse recurso se contra escondido porque desenvolvedores pensam que a web é só para cegos e que o leitor de telas vai ler e se esquecem de que existem pessoas que enxergam e que têm dificuldades com o mouse.

Eu gostaria de fazer essa demonstração para vocês com um leitor de tela. Mas, eu vi que não ia dar tempo, não sei quanto tempo eu tenho ainda.

(o palestrante vira-se para o moderador da mesa, que lhe diz que acabou o tempo).

Conclusões.

Está para encerrar, então vamos encerrar. Gente, acessibilidade Web não é futuro. É futuro porque os desenvolvedores, os empresários, os gestores dos órgãos de governo ainda estão aprendendo o que é isso e vendo se é viável ou não fazer. Já estamos protegidos por lei e é viável. Eu, que me aculturei em desenvolver páginas com acessibilidade, eu não sei mais fazer páginas de outro jeito. Se eu quiser fazer página inacessível, eu vou ter que aprender. Eu vou ter que estudar como fazer inacessível. Porque, hoje em dia, eu não sei mais. Então, tudo é uma questão de cultura. A cultura do desenvolvedor e do cliente.

A questão do empresário. Eu escrevi um artigo e foi colocado num site que é muito conhecido dos desenvolvedores que é o Imasters e nos comentários chegou um empresário que tinha uma ótica: "Para que é que eu vou fazer acessibilidade no meu site se cego não compra óculos". Isso aqui deve ser outra coisa (o palestrante aponta para o seus óculos escuros) Cego é um cara que consome muito óculos. Se o cara é de baixa visão porque precisa enxergar. Se o cara não tem visão, em geral, usa óculos escuros. É a maquiagem da pessoa para evitar, às vezes, o constrangimento de pessoas que têm a visão comprometerem a comunicação. Às vezes, a pessoa fica tão espantada olhando para o olho do cego, que não escuta o que ele está falando. Então, às vezes, até por uma questão de comunicação, de integração da pessoa cega. Então, os óculos também é um estigma, né? Os óculos escuros e a bengala são um estigma que... que determinam que aquela pessoa é cega. Enfim, aquele dono de ótica tinha uma loja e um site tão inacessíveis que nem conhecia o potencial das pessoas cegas como compradoras, como consumidoras.

Além disso, temos de levar em conta que acessibilidade web não é só para pessoas com deficiência visual, e que pessoas com as mais variadas deficiências precisam de óculos e acessibilidade para entrar nas óticas e sites de óticas. Mais ainda, que pessoas que não precisam de acessibilidade precisam de facilidade de acesso, de páginas que carreguem rapidamente e que isso é acessibilidade web também. Os arquitetos de informação que não nos levarem em conta estarão errando feio no público alvo de seus clientes.

Acessibilidade não é só Web. Acessibilidade é acessibilidade física, é acessibilidade arquitetônica, é a acessibilidade atitudinal. É a atitude de não considerar aquele que é diferente como um outro que é menos ou que é mais, que tão diferente que não se possa se aproximar, conhecer, trocar, Nós temos tanta experiência para mostrar para vocês quanto vocês têm para mostrar para nós. Todos juntos podemos nos enriquecer muito. A acessibilidade Web é uma forma de enriquecer as pessoas com deficiência e se autoenriquecer também, de outra forma, de, tanto nós quanto vocês, tomarmos contato com a realidade que existe. Nós não estamos mais trancados em casa, nós estamos na Web e ninguém, eu poderia até dizer, ninguém sabe quando está conversando comigo que está conversando com um cego trocando e-mail. Mas, é mentira, porque eu coloco no rodapé "Você está recebendo um e-mail de uma pessoa cega. Isso é inclusão digital..." Bem, mas, a maioria não coloca. E você está trocando ideias, está trocando experiência com uma pessoa que você não sabe do outro lado. Pode estar uma pessoa surda, uma pessoa tetraplégica, uma pessoa cega. Isso é incrível! Gente, obrigado por vocês ouvirem com todo esse silêncio e atenção. Acessibilidade para todos nós!
[palmas].

SR. MARCO ANTONIO DE QUEIROZ:

Perdão, só uma coisinha, eu acho fantástico o Poupatempo estar com toda essa acessibilidade. Quando eu comecei a falar, perdi a visão em 78 a gente não imaginava a internet. Agora a gente não imagina que órgãos públicos possam trazer tanta acessibilidade e cidadania para a pessoa com deficiência. A gente tem que agradecer e aplaudir a iniciativa de vocês.


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Disponibilizado em: 21/01/2010.